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PAPO DE BALCÃO
Lojas
Dezembro
2009
17
Revista Lojas - Em primeiro lugar, eu gostaria
que o senhor fizesse um balanço do setor de
papelaria em 2009.
Nogueira -
Nós tivemos um ano atípico e,
lamentavelmente, muito negativo. O desem-
prego que começou no fim de 2008 atingiu
o segmento de material escolar. Dessa forma,
tivemos um início de 2009 muito crítico,
como não tínhamos há muito tempo. Apesar
da nossa disposição, apesar da nossa garra,
nós tivemos um ano bastante difícil.
Revista Lojas - Houve desemprego no setor
também?
Nogueira -
O nosso setor foi um dos poucos
em que não houve desemprego, porque, na
maioria, somos micro e pequenos empre-
sários e todo micro e pequeno empresário,
principalmente sendo de papelaria, tem
uma particularidade: os poucos funcionários
acabam fazendo parte da nossa ‘família’. O
treinamento dessas pessoas, sua dedicação,
fez com que nós, dentro de nossas possibili-
dades, nesse momento pelo qual passamos,
mantivéssemos as equipe. Justamente neste
ano de 2009 não houve contratações. Nós
mantivemos as equipes e, depois, através de
algumas negociações, antecipações e descan-
sos conseguimos chegar até o mês de abril.
Revista Lojas - O começo da crise foi o período
que mais afetou as compras?
Nogueira -
Perfeito. Nós tivemos quatro
meses no segmento que foram muito difíceis.
Os pais comprarem estritamente o necessário
de material escolar e as empresas também re-
alizaram poucas compras. Os materiais de uso
de escritório e de informática tiveram uma
retração muito grande porque as empresas
também ficaram em dúvida sobre o inves-
timento a ser feito. Há muito não tínhamos
um mês tão fraco como foi o movimento
em abril. Felizmente, a partir de maio, a
coisa começou a florear, a ressurgir, e nós já
começamos a caminhar e estamos agora nos
preparando para a colheita.
Revista Lojas - Em sua opinião, o mercado
melhorou após a realização da Feira Escolar?
Nogueira -
Bem, neste ano a feira escolar
foi melhor pela própria presença de mais
compradores. Fizemos um trabalho sugerindo
que o empresário da papelaria comparecesse
ao evento porque além de a feira ser uma
vitrine é uma ótima oportunidade para nós
vermos as tendências do mercado. Mesmo
nós, em São Paulo, com toda frequência, toda
procura e com todos os nossos representantes
atendendo, nós nos baseamos nos catálogos.
Na feira você vê o produto. Este ano houve
uma qualificação muito maior na Escolar, o
que nos motivou também, porque nos meses
de maio e junho nós procuramos fazer par-
cerias com alguns fornecedores para que as
papelarias voltassem a ter um mix de produ-
tos o mais variável possível, ter um número de
esferográficas, cadernos e estojos atraentes e
diferenciados para que os clientes pudessem
ver um mix variado de produtos.
Revista Lojas - Existe uma tendência de diver-
sificação do investimento dentro da papela-
ria. Como é que o senhor vê isso hoje e que
segmentos de produtos o senhor acredita que
sejam tendência para o setor?
Nogueira -
Temos uma dinâmica muito
própria por sermos todos micro e pequenos.
Todo produto dirigido ao grande público é
bem-vindo, seja na escrita, nas cadernetas,
nas pastas, nos fichários; todos cada vez mais
atrativos. O mix de produtos tende a crescer
e, hoje, percebemos que as papelarias estão
tendo mais procura justamente porque se
adaptaram a essa nova realidade do mercado.
Revista Lojas - Os artigos de informática tam-
bém não estão invadindo as papelarias?
Nogueira -
Os artigos de informática tiveram
“O nosso setor
foi um dos
poucos em
que não houve
desemprego,
porque, na
maioria, somos
micro e pequenos
empresários
e todo micro
e pequeno
empresário,
principalmente
sendo de
papelaria,
tem uma
particularidade:
os poucos
funcionários
acabam fazendo
parte da nossa
‘família’”