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PAPO DE BALCÃO
Lojas
Maio
2011
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no Brasil por dois a quatro dólares, o que eu acredito que
seja impossível num trâmite normal. Infelizmente, os chineses
perceberam que o Brasil é um mercado promissor e o nosso
governo não tem regras claras que defendam o produtor
nacional dessa concorrência predatória. Todos os insumos que
eu compro lá fora eu pago taxa de importação, mas quando vem
uma mala pronta, as taxas são muito baixas. Ou seja, é muito
mais barato trazer o produto pronto. A concorrência é desleal,
o que torna o meu produto mais caro, em função dos tributos.
Alémdisso, já ganhamos quatro processos contra empresas que
copiaramnossos produtos, pois nós temos as patentes”, critica Levy.
Revista Lojas - Por que essa industrializa-
ção brasileira?
Raphael Levy -
Por causa da qualidade. O
produto mala de viagem tem um requisito
muito importante, que é a qualidade. Quando
você compra uma mala ela está leve e só vai dar
problema quando estiver pesada. E 90% dos
consumidores não têm essa noção. Os proble-
mas sempre acontecem no meio ou no fim da
viagem. Nós sempre nos preocupamos com isso
E, além da nossa assistência técnica de dois anos
de garantia, temos 42 postos que consertam
nossos produtos distribuídos por todo o Brasil.
Revista Lojas - E como funciona esse aten-
dimento?
Raphael Levy -
Nós fornecemos para eles os
insumos, como carrinhos, zíperes, cursores,
rodinhas etc., e eles fazem os consertos. Se os
produtos estiverem na garantia, os clientes não
pagam, mas se estiverem fora da garantia, eles
pagam só o conserto. Dessa forma, não existe
a necessidade de se ter uma logística de trazer
essas malas para São Paulo.
Revista Lojas - Esse serviço é um diferen-
cial ou ele é comum no segmento?
Raphael Levy -
É um diferencial. Esse pós-ven-
da é um diferencial muito grande, não só no
preço final como na conscientização do cliente,
que compra a mala, e do varejista, que trabalha
com ela, porque não damos problemas a eles.
Revista Lojas - Existe uma fidelidade do
cliente que compra mala?
Raphael Levy -
A Lansay conseguiu isso
nesses 12 anos de atuação. Hoje, em várias
lojas, nós somos considerados a marca número
1. Atualmente, somos o desafio dos concorren-
tes, pois eles querem sempre nos copiar por
termos não só mala boa, mas o custo benefício
que permite até a compra para uma classe C,
devido a sua durabilidade.
Revista Lojas - Isso também se aplica no
segmento de mochilas?
Raphael Levy -
Da mesma forma. Mesmo a
Fico trabalhando com produtos importados, ela
é uma marca muito forte, que tem 27 anos de
mercado. Nós estamos há dois anos também no
segmento de licenciamento e já temos quatro
licenças, uma delas é de confecção, a Lumen-
der, que é uma das maiores fábricas da América
Latina de malharia, localizada em Jaraguá do Sul
(SC), e que tem a licença da confecção. Estamos
fechados agora com a Duraplast, empresa da
Paraíba fabricante das sandálias Havaianas e que
resolveu apostar na marca Fico. Fechamos tam-