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gestão
Por Ricardo Pinto Silva
Quando a ajuda
atrapalha
Ajuda é uma conduta
que muitas pessoas
acreditam ser bem-vin-
da, mas o excesso de
ajuda acaba por enfra-
quecer as pessoas e cria
uma relação de depen-
dência negativa. O pro-
fissional dependente de
outro perde a iniciativa
e inibe o seu próprio
crescimento. Toda ajuda
deve ter limites e ser
muito cuidadosa para
não causar dependência
negativa. Isso é maléfico para as pessoas e
para as empresas. Pessoas dependentes de
outras dificilmente podem exercer cargos
de liderança.
A ajuda deve ter o caráter de desenvolvi-
mento e não de “muleta”. É preciso encon-
trar um equilíbrio entre ajudar e capacitar
as pessoas, de forma que você desenvolva
pessoas para que estas se desenvolvam e
possam também desenvolver outras pesso-
as, e assim sucessivamente. É a cadeia do
desenvolvimento equilibrado. O auxílio na
medida certa ajuda a construir e a amadu-
recer as pessoas para que elas tomem suas
decisões e passem a ter iniciativa para agir e
assumir riscos com confiança e responsabi-
lidade. Cuidado: existem pessoas que que-
rem que as outras sejam dependentes para
que essas não façam a chamada “sombra
profissional”; é a dependência premeditada.
Toda ajuda demonstra solidariedade e
fortalece as pessoas e as relações, mas na
medida certa que cada pessoa necessita. A
ajuda não pode ser a condição para alguém
realizar alguma tarefa, e sim uma colabora-
ção para a realização da tarefa.
Não queira ser o responsável pelas outras
pessoas mais do que elas mesmas.
A seguir, dois exemplos claros de frases de
pessoas extremamente dependentes:
“Ah, você não estava aqui para me ajudar,
então não fiz... fiquei com medo de errar...”
“Eu não fiz porque não entendi muito bem,
estou esperando você me ajudar...”
A ajuda pode ser benéfica ou maléfica, é
como a dose do remédio, na medida certa
cura, e na dose errada pode vir a matar.
Então, muito cuidado com todo e qualquer
tipo de excesso e exagero quando você
estiver ajudando as pessoas.
Colabore, ensine e desenvolva as pessoas,
mas cobre delas resultados e atitudes na
mesma medida. Não crie dependentes.
Toda ajuda deve ter caráter de transmissão
de mais responsabilidade e de orientação
no desenvolvimento profissional e pessoal
das pessoas.
Segundo Confùcio:
“Aquilo que eu escuto, eu esqueço,
Aquilo que eu vejo, eu lembro,
Aquilo que eu faço, eu aprendo.”
*Ricardo Pinto Silva é profissional de
marketing
“A ajuda pode
ser benéfica
ou maléfica, é
como a dose
do remédio, na
medida certa
cura, e na dose
errada pode vir
a matar. Então,
muito cuidado
com todo e
qualquer tipo de
excesso e exagero
quando você
estiver ajudando
as pessoas”