Revista LOJAS Papelaria - Edição 251 - page 50

ARTIGO
Por Rubens Passos*
Oque ensinamos às
crianças e aos jovens?
A recente divulgação
doCenso Escolar 2015
peloMinistério da Edu-
cação chocou aqueles
que têm consciência
sobre a importância do
ensino para a justiça
social e a ascensão do
Brasil ao patamar de
economia de renda
alta. Na “Pátria Edu-
cadora”, descobrimos,
com tristeza, que 3
milhões de crianças
entre 4 e 17 anos não
estão estudando.
Protestar contra esse
dado, que evidencia
a omissão governamental ante uma alta
prioridade, não basta. É preciso questionar,
também, o que se está ensinando aos 3
milhõesmatriculados nas creches, 4,92mi-
lhões na pré-escola, cerca de 23milhões no
Ensino Fundamental e 8,1milhões noMédio.
Amatrícula e frequência são decisivas,
obviamente, mas a qualidade do ensino é
crucial, e o Brasil também está em dívida
nesse quesito.
Somamos, portanto, uma quantidade ainda
grande de crianças e jovens fora da escola e
uma deficiência grave no aprendizado. Nem
mesmo no campo dos exemplos, que tam-
bém educam, temos sido eficazes. O que os
diretores e professores de numerosas escolas
nas quais atrasam a entrega de uniformes e
materiais escolares dizem às crianças para
justificar o injustificável?
Constrangidos, pois não têm culpa e
também são vítimas da negligência estatal,
inclusive nos seus salários, osmembros do
magistério talvez não consigam explicar que
muitos desses atrasos devem-se a concor-
rências fraudulentas e/ou a não aceitação
de soluçõesmodernas. Dentre estas, o
CartãoMaterial Escolar, que permite a cada
estudante comprar os itens nas papelarias
de suas cidades, sem licitações, sem risco
de fraudes e exercendo o direito cidadão da
escolha.
Às crianças e jovens à espera de uniformes,
mochilas, cadernos, lápis, régua, compasso
e borracha é preciso dar uma satisfação
real e concreta. Com certeza, algo para ser
apreciado na disciplina de história. Afinal,
a falta de seusmateriais escolares está
diretamente ligada ao que os brasileiros
assistem emCuritiba e Brasília. Sim, às vezes
o exemplo deseduca. Porém, quando isso
ocorre no tocante à gestão pública, é preciso
que a sociedade fiquemais alerta e vigilante
quanto ao cenário político e ao exercício
sagrado do voto. Assim, é imprescindível que
nossos estudantes tenham plena consciência
de que somente a democracia nos redimirá!
*Rubens F. Passos, economista pela Faap
eMBA pelaDuke University, é presidente
da Associação Brasileira dos Fabricantes e
Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) e
diretor titular do Ciesp Bauru.
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