Revista LOJAS Papelaria - Edição 278

dutos, a Copa do Mundo causou um gap nas vendas do varejo em dias de jogos e as fabricantes colocaram menos produtos no mercado, além do desemprego e do dólar continuarem aumentando, o que causou uma pau- sa no consumo”, avalia Meireles. Ele ressalta que neste período as quatro principais fabricantes passaram a deter 91% do mercado, quando no ano passado tinham 87%. O ticket médio dos smartphones teve aumento de 11% em relação ao segundo trimestre do ano passado e passou de R$ 1.099 para R$ 1.222. Comparado com o primeiro trimestre deste ano, o aumento foi de 3%. Os smartphones com Android aumentaram de 10,765 nos primeiros meses do ano para 10,977 neste segundo trimestre de 2018 e os aparelhos com IOS sofreram queda, passando de 605 mil para 437 mil. “Neste período, o des- taque foi a chegada do Android Go e lançamentos com a tecnologia An- droid, o que significou uma democratização com novas opções de produtos deste sistema operacional“, avalia o analista. A venda de feature phones também teve queda, embora menor do que se esperava. No segundo trimestre de 2018 foram vendidos 635 mil aparelhos, 10,5% a menos do que no mesmo período de 2017. Já o ticket médio dessa categoria teve aumento de 19%, reflexo do aumento do dólar. Passou de R$ 117 no segundo trimestre de 2017 para R$ 139 no mesmo período de 2018. “A queda nas vendas está diminuindo cada vez mais se comparar- mos ano a ano. As fabricantes têm investido nesta categoria porque há demanda. Em regiões como o Norte e o Nordeste do Brasil, por exemplo, a procura só tem aumentado. Os consumidores desse tipo de aparelho não têm interesse em novas tecnologias, querem usar o básico, fazer ligações apenas. Outro ponto positivo para essa categoria é que antes só existiam feature phones 2G e hoje é possível encontrar produtos com conexão 3G no Brasil e com 4G no exterior. No geral, com o aumento do dólar, o consumidor que precisa de um telefone móvel, opta pelo feature phone ao invés do smartphone, porque ele precisa apenas se comunicar”, conta o analista. Expectativas Para os próximos meses, a IDC Brasil prevê que as vendas de feature pho- nes continuem em queda, mas em ritmo menor. O ano deve fechar com 2,7 milhões de feature phones vendidos, contra os 3,084 milhões de 2017. Já a expectativa da IDC para o mercado de smartphones, é fechar o ano com 46 milhões de aparelhos vendidos, uma queda de 2,9% em relação a 2017, que movimentou 47,7 milhões de aparelhos vendidos. Segundo o analista, o cenário será desafiador para o segundo semestre de 2018. “A variação cambial batendo recordes históricos, eleições presidenciais em outubro e a taxa de desemprego elevada no país são fatores que geram incerteza para o mercado, levando o consumidor a ser mais cauteloso e as fabricantes mais conservadoras”, finaliza.

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