Revista LOJAS Papelaria - Edição 293

LOJAS PAPELARIA 45 Donos de pequenos negócios pedem redução das taxas de juros, impostos e tarifas Pesquisa feita pelo Sebrae e FGV mostra que empresários conhecem as medidas oficiais lançadas pelo governo federal que flexibilizam regras trabalhistas Concessão de crédito sem juros e a criação de um auxílio temporário para subsistência do em- presário e sua família. Essas são as principais demandas que os donos de pequenos negócios esperam ver transformadas em políticas públicas pelo governo federal. As duas medidas foram su- geridas em uma pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Além delas, estão outras propostas, como: au- mento das linhas de crédito, reduções de impos- tos e taxas, além de tarifas de água e luz. O levantamento ouviu 10.384 empresários de todos os 26 estados e DF, entre os dias 30 de abril e 5 de maio. Os entrevistados são Mi- croempreendedores Individuais (MEI), donos de Microempresas ou de Empresas de Pequeno Porte. Apesar dos impactos econômicos cau- sados pela pandemia, a maioria dos empreen- dedores ouvidos pela pesquisa se mostrou oti- mista quanto à recuperação da economia. Para 48% deles, a situação de normalidade deve ser alcançada no prazo de um a seis meses. 37% acreditam que a economia deve se recuperar no período de 7 a 12 meses e para 15% dos empresários, a situação do país deve voltar ao normal em um prazo superior a um ano. Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pesquisa confirma a impor- tância das medidas anunciadas pelo governo em apoio aos donos de micro em pequenas empresas. “Os pequenos negócios são fundamentais para a nossa economia. Para superar essa crise mais rapidamente, nós precisa- mos preservar essas empresas. Além da sua representatividade (os peque- nos negócios são mais 99% de todas as empresas do país e respondem por quase 30% do PIB brasileiro), as micro e pequenas empresas são as que se recuperam mais rapidamente de uma crise, voltando a gerar emprego e renda”, destaca Melles. Nesse contexto, ele comemorou a sanção (nesta terça-feira, 19), de uma nova linha de crédito voltada a esse segmento. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) cria um crédito especial no valor de R$ 15,9 bilhões. Pela Lei, micro e pequenos empresários poderão pedir empréstimos de valor correspondente a até 30% de sua receita bruta obtida no ano de 2019. O Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (SE- PEC) do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, afirma que o governo tem trabalhado intensamente na construção das melhores soluções de cré- dito para as micro, pequenas e médias empresas. Os esforços começaram logo no início das dificuldades trazidas pelo novo coronavírus e estão em processo permanente de evolução. “É muito importante que todos os seg- mentos recebam atenção. Mantemos diálogo constante com representan- tes das empresas e o Sebrae tem fornecido contribuições essenciais para encontrarmos os produtos necessários para que possamos atravessar esse momento. O crédito é uma obsessão para nós e continuamos trabalhando para simplificar e aperfeiçoar cada vez mais a oferta de recursos. O crédito precisa ser acessível e ter um custo justo, compatível com a realidade das empresas”, disse Carlos Da Costa. Conhecimento das medidas do Governo O levantamento do Sebrae e FGV mostra que 65,2% dos empresários ou- vidos afirmam ter um bom nível de conhecimento das medidas anunciadas pelo Governo que permitem a redução de horas de trabalho e de salários dos funcionários. Ainda sobre as medidas lançadas pelo governo federal, 29% dos entrevis- tados afirmaram ter adotado a suspensão de contrato de trabalho, 23% implementaram férias coletivas, 18% fizeram a redução da jornada de tra- balho com redução de salários e 8% optaram pela redução do salário com complemento do seguro desemprego. A pesquisa revelou ainda que, nos últimos 30 dias, 12% dos pequenos negócios tiveram de demitir funcioná- rios de carteira assinada por causa da crise.

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