Revista LOJAS Papelaria - Edição 298

LOJAS PAPELARIA 23 FINANÇAS Apesar da retomada das atividades econômicas no país, a maioria dos pequenos empreendi- mentos ainda não recuperaram o nível de fatura- mento anterior à pandemia. Pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a FGV, no final de setembro, apontou que, em média, o faturamen- to das micro e pequenas empresas está 36% abaixo do normal, sendo que para os microem- preendedores individuais (MEI), o percentual de re- dução é de 40%.  De acordo com o presi- dente do Sebrae, Carlos Melles, já se observa uma reação dos pequenos ne- gócios, com uma melhora no quadro geral das em- presas. No entanto, se- gundo ele, o empresário não deve descuidar da gestão financeira. “A pan- demia exigiu, mais do que nunca, uma capacidade de adaptação e rapidez na tomada de decisões. Além disso, a crise cobra novas habilidades e competências, principal- mente na área de gestão empresarial, com foco nas finanças”, analisou.  O Sebrae recomenda que, neste momento de crise, os empresários continuem atentos ao grau de endividamento das empresas e bus- quem a renegociação das dívidas, aprovei- tando o momento de maior abertura do mer- cado financeiro e programas emergenciais lançados pelo governo. De acordo com o analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Adalberto Luiz, é preciso que antes de buscar a renegociação de uma dívida, o empresário esteja preparado para não gerar mais insegurança por parte do credor. “O empresário precisa saber que a re- negociação não depende apenas da vontade dele, mas de um alinhamento com as condições oferecidas pelo credor. Então, quanto mais ele estiver com a gestão financeira da empresa em Pequenos negócios: como renegociar dívidas Em meio à crise, a busca pela renegociação tornou-se saída para muitos empreendedores, mas deve ser avaliada com cautela dia e preparado para renegociar, munido das informações sobre a dívida, mais fácil fica para encontrar uma solução adequada para o negó- cio”, explicou. Pensando em ajudar os donos de pequenos negócios, o Sebrae apresenta cinco dicas para renegociar as dívidas e aliviar a pressão sobre o fluxo de caixa. 1. Se organize  Antes de buscar uma rene- gociação, o empreendedor precisa identificar quais são as dívidas que ele tem. Para isso, recomenda-se que ele reúna todas as informações de forma organizada, com nome do credor, valor da prestação, taxa de juros co- bradas, prazo etc. Ao ma- pear as dívidas, é possível enxergar com maior clareza a situação e grau de endivi- damento da empresa. 2. Priorize a renegociação das dívidas que mais impactam o negócio Após identificar todas as dívidas, chegou a hora de escolher qual a renegociação que - no momento - tem mais impacto no seu negócio. Essa escolha depende de alguns critérios e da realidade de cada negócio. O pagamento de um aluguel, por exemplo, pode ter um impacto mui- to maior no seu negócio, caso haja algum risco de despejo ou interrupção do funcionamento do seu estabelecimento. Outro ponto a considerar é o valor da dívida. Prefira começar a pagar as dí- vidas mais altas, tendo em vista que, ao longo do tempo, com a incidência de taxas e juros, essas dívidas geram um risco de inadimplência e insol- vência muito grande.  3. Fique atento às condições de renegocia- ção de uma forma ampla Ao buscar a renegociação de uma dívida, o em- presário deve analisar um mix de fatores, como prazo, taxa de juros, valor da parcela, garantias exigidas, entre outros. De um modo geral, a taxa de juros sempre é um fator decisivo para o cus- to da dívida. Mas, mesmo que a taxa de juros seja menor e o empresário não tenha condições de arcar com o valor da parcela, não adianta re- negociar. Portanto, é preciso avaliar o fluxo de caixa no momento para saber se a empresa tem capacidade de pagamento do acordo. No caso de uma renegociação com um fornecedor, tenha consciência de que ele também tem interesse em receber. Dessa forma, aproveite para com- partilhar os riscos, principalmente neste final do ano, quando as expectativas das festas são boas para os negócios.  4. Participe do “Mutirão de Renegociação Tri- butária” da União Em outubro deste ano, o Governo Federal anun- ciou o “Mutirão de Renegociação Tributária” com condições para os pequenos negócios re- gularizem seus débitos inscritos em Dívida Ativa da União com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), e com a Receita Federal, no que diz respeito a débitos não inscritos. A ini- ciativa, que tem apoio do Sebrae, possibilita descontos até 100% sobre juros e 70% sobre a dívida. O mutirão está disponível até o dia 29 de dezembro deste ano. Saiba mais no Portal do Sebrae, clicando aqui.   5. Analise a possibilidade de portabilidade de dívidas A transferência de uma dívida para uma insti- tuição financeira que ofereça melhores condi- ções de pagamento sempre deve ser analisada. Aproveite o momento da pandemia, em que as instituições estão mais abertas a renegociar, para buscar a portabilidade, com cuidado para não trocar uma dívida por outra ainda maior na concorrência. Saiba que o banco de origem da dívida é obrigado a oferecer todas as informa- ções para o cliente, com o número do contrato, o saldo devedor atualizado, entre outras. Ao so- licitar essa informação, o empresário sinaliza ao banco de origem que está em busca de condi- ções melhores. Então, pesquise na concorrência e procure seu gerente para discutir uma contra- proposta mais adequada para o seu negócio.

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