Revista LOJAS Papelaria - Edição 299

42 LOJAS PAPELARIA ARTIGO Em 2020, a crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19 afetou, signifi- cantemente, o desempenho do mercado econômico do país. Como reflexo, logo nas primeiras semanas de pandemia, estimava-se que as obrigações acessórias sanitárias, compreendidas pelos itens mínimos de higiene requeridos pelo Pla- no SP, custariam para o comércio do estado de São Paulo o montante de R$ 2 bilhões ao mês, segundo dados da FCDLESP – Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo. Diferentemente das crises encaradas nos últimos 35 anos, o distanciamento so- cial impôs um novo desafio: gerar vendas de portas fechadas. As empresas co- meçaram a ter problemas de caixa e pouco tempo para encontrar alternativas que apresentassem um mínimo de resultado. A ausência de consumidores, a falta de previsibilidade de um planejamento e a necessidade de operar com recursos mínimos resultaram na queda de 6% no balanço de vendas do varejo em 2020 em comparação ao ano de 2019. Já no primeiro semestre, cerca de 1,2 milhão de empregos com carteira assinada foram perdidos no Brasil, o que impacta diretamente o setor varejista, visto que o desemprego provoca queda de renda nas famílias, causa insegurança para os consumidores e diminui a confiança dos empresários. Com baixa expectativa de vendas e o crescente número de desempregados, o auxílio emergencial foi fun- damental para manter a economia minimamente ativa, as pessoas que recebe- ram esse auxílio, utilizaram-o para o consumo e mantiveram a economia interna funcionando. O varejo em 2020 e as expectativas para 2021 Por Maurício Stainoff, presidente da FCDLESP - Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo E-commerce Vendas em lojas físicas são de extrema importância, mas o varejo online ajuda a minimizar os impactos negativos. Como resultado da transformação do varejo em 2020, o processo de digitalização das empresas foi acelerado e fez com que o e-commerce atingisse a maior alta dos últimos 20 anos. Sem poder sair de casa, os con- sumidores encontraram nas vendas online uma forma de manter as compras costumeiras de forma segura Além disso, ajudaram no processo de amadurecimento do ambiente digital de pequenos e médios negócios. Em paralelo ao fortalecimento das vendas nos meios digitais, a fle- xibilização em fases foi o primeiro passo para que o varejo come- çasse a retomar as atividades. Porém, foi de extrema  importância que o pequeno e médio empresário não deixasse de lado as estra- tégias de venda como o delivery, e-commerce e o contato com os clientes por meio das redes sociais. Expectativas para 2021 A expectativa para vendas e desempenho do comércio deste ano está diretamente ligada à reclassificação e mudanças do Plano SP - que é impactado pela imunização e controle da pandemia de COVID-19.  Esperamos que, com a vacinação, haja um avanço no volume de vendas para, então, terminarmos 2021 com boas pers- pectivas de retomada econômica. Esperamos o perfil de um consumidor mais consciente, cauteloso nas compras e buscando as melhores ofertas. Já para os lojistas, o atendimento tende a ser mais personalizado e atencioso, gerando valor para o seu produto e fidelização de clientes. Vale ressaltar que as empresas buscam por um país onde consigam produzir e comercializar com mais segurança, com mais produti- vidade e com custo menor. Por mais que seja difícil, se a remune- ração do trabalho não for proporcional ao que é produzido e não pela disponibilidade de trabalhar, enfrentaremos cada vez mais a escassez de empregos.

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