Revista LOJAS Papelaria - Edição 301

28 LOJAS PAPELARIA QUADROS E TELAS Apesar da evolução do mundo digital em nos- sas vidas, as coisas não são totalmente subs- tituíveis. Há uma ideia um tanto errada de que alguns desenvolvimentos vieram para substituir produtos já utilizados no mercado. Um exemplo claro disso foi quando inventaram a televisão e acreditou-se que o rádio estaria com os dias contados. Passados quase cem anos, o rádio continua aí, mais vivo do que nunca. Da mesma forma, podemos citar o segmento de lousas. De acordo com Nilton Carlos Abu- rad, gerente nacional de vendas e marketing da Souza, existe uma tênue percepção quanto à ob- solescência de produtos. “Olhando a atualidade onde tudo parece estar se digitalizando e você fica com a sensação de que seu negócio está na era jurássica, temos que ter em mente que toda nova tecnologia é disruptiva, porém é acessível? Se considerarmos isto, vamos ver que 85% da população mundial não tem acesso às coisas simples, o que dirá a produtos mais sofisticados.” Aburad lembra que uma parte significativa do mercado ainda usa lousa verde e, na linha dos quadros brancos, a maior parte do mercado tra- balha com o produto mais básico e não com os itens mais sofisticados. “O segmento de telas é a mesma coisa, o que faz uma obra de arte valer milhões de dólares? Não é a tela em si, mas o que está inserido nela, A alma á a técnica do artista. Então, ainda estamos em evolução e so- mos uma alternativa acessível para solução de diversas necessidades de comunicação, apren- dizado, lazer e organização.” Por mais piegas que possa parecer, argumenta o gerente da Souza, dizem que na crise uns cho- ram, outros vendem lenços. “Contudo, o que vem ocorrendo nos últimos anos, tem feito com que procuremos nos reiventar e inovar na estratégia de Produtos para todas as necessidades Seja para casa, escola linha artística ou universidade, variedade de lousas da Souza atende a todos os segmentos distribuição, nos tornando disponíveis onde o con- sumidor possa nos encontrar, que é uma caracte- rística dos multicanais de vendas. Temos um seg- mento de quadros que foi bastante demandado pelos pais buscarem lousas para auxiliar os filhos em casa, nas aulas on line e, pelo fato das pessoas ficarem em casa por mais tempo, a linha artística se mostrou também bastante adequada para criar um passa tempo ou reativar antigas paixões.” Aburad afirma que conhecimento as pessoas normalmente buscam por três coisas na vida: vi- ver mais, viver melhor e gastar menos recursos. “Ao longo do tempo, o que pode responder e atender e satisfazer estes três questionamentos chama-se conhecimento, educação e desenvol- vimento e cultura. Nossos produtos têm tudo a ver com isso e é exatamente isso que sempre impulsionou nosso negócio.” Qualidade Essa categoria de lousas, de acordo com Abu- rad, tem características que atendem a deman- das muito claras e o mais importante é enten- der qual a necessidade do cliente para indicar o produto mais adequado. “A necessidade de uma universidade, que irá usar uma lousa de forma intensa, é diferente da necessidade do pai que quer uma lousa para auxiliar o filho nos es- tudos e, para todas as necessidades, temos um produto especifico com os acabamentos mais diversos. O segmento de telas é a mesma coisa: uma atividade escolar de aprendizado de pintu- ra e artes é diferente da necessidade do artista plástico que vai expor suas obras numa galeria em Nova York. Existem diversas características e preços proporcionais. Qual a sua necessida- de? É isto que sempre precisamos entender para oferecermos o produto mais adequado.” Portfólio A fim de organizar seu esforço de desenvol- vimento de produtos e mercados, a Souza di- vidiu seu mix de produtos em três categorias: Educação, Office e Arte & Cultura. “Dentro de cada categoria temos os produtos de curva A, B e C. Na categoria Educação seriam as lousas e, no geral, em todas as linhas, hoje, produzi- mos aproximadamente 4.500 lousas dia. No Office, as linhas de ergonomia estão bem de- mandadas e produzimos em torno de 10.000 suportes mês, além de uns 5.000 apoios de pés. Já no segmento de Arte & Cultura pro- duzimos em torno de 1.500.000 de telas e painéis de pintura/ano e uma quantidade sig- nificativa de estojos e cavaletes”, informa o gerente nacional de vendas. Expectativas Na opinião de Aburad, o último ano foi difí- cil, mas a Souza procurou se adaptar e ser criativa para seguir em frente. “Consideran- do os projetos que tínhamos para investi- mento no final de 2019 e o banho de água fria que foi 2020, acredito que saímos bem menos feridos que muitas empresas do se- tor. Mas vimos nossas margens de lucro en- colher, temos achado abusivo os aumentos de preços das matérias-primas, o que pode impactar na demanda pelo achatamento da capacidade de compra das pessoas e famí- lias. E continuamos acreditando nas refor- mas estruturais que o atual governo busca fazer, reduzindo o tamanho do estado, com a digitalização cada vez maior dos serviços públicos, o fim do manicômio tributário que temos que enfrentar e o avanço e moderni- zação do sistema previdenciário, que é mui- to desigual e faz sangrar os cofres públicos. Temos que avançar e sermos mais competi- tivos e migrarmos, cada vez mais, para a in- dústria 4.0, senão iremos sucumbir a outros países que estão à nossa frente. Temos que deixar de ser um País produtor somente de commodities e avançar em tecnologia, com autossuficiência e diminuição da dependên- cia tecnológica de outros países. E isso só vai acontecer com conhecimento, educação e cultura, diminuindo desigualdades e dando às pessoas trabalho e renda, para poderem cuidar das suas vidas, dependendo cada vez menos de um estado pesado e ineficiente”, conclui Aburad.

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