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Estudo da IDC na América Latina aponta que smartphones, tablets e PCs são os mais afetados pela Covid-19

27/04/2020 - 21:04

A América Latina é responsável por aproximadamente 8% dos gastos mundiais com hardware de consumo. As vendas de smartphones terão um declínio entre 10% e 15% em 2020. A demanda por tablets terá queda de 17% a 20% em relação a 2019

No mercado de consumo de tecnologia na América Latina, o segmento de smartphones será o mais afetado pela pandemia de Covid-19, seguido por computadores pessoais e tablets. A conclusão é da IDC, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, após analisar o impacto do novo coronavírus sobre a China e a situação apresentada pelos países latino-americanos.

Segundo Paola Soriano, diretora do Programa de Consumo da IDC na América Latina, ao ajustar suas projeções para 2020 na região, a IDC considerou que as fábricas em todo o mundo estão trabalhando entre 30% e 50% de sua capacidade, situação que deve continuar até maio, afetando a produção e a distribuição de componentes para dispositivos de consumo.

As limitações de tráfego impostas pela quarentena em alguns países da América Latina prejudicaram o abastecimento de suprimentos, provocaram atrasos na cadeia logística e levaram ao fechamento ou desligamento temporário em algumas plantas produtivas da indústria de TI, causando queda nas vendas ou aumento de preço, impulsionado também pela volatilidade da taxa de câmbio. “Situação que deverá ser agravada pela contração da macroeconomia, como perda de empregos e realocação do orçamento familiar para bens de consumo básicos”, analisa a diretora da IDC.

Soriano estima que os smartphones - que concentram 51% do total de vendas em valor para o usuário final - serão os mais afetados. Antes da pandemia, a IDC projetava uma queda de 0,2%. Agora, com os últimos ajustes, a projeção de queda para o mercado de smartphones é de 10% a 15%, seguido pelo setor de PCs, que passou de uma contração prevista em 1,9% para queda de 8%, e tablets, de 9,9% para queda entre 15% e 17%, aproximadamente.

Entre os segmentos que mantêm projeções de expansão na região estão os de wearables, com média entre 15% e 19%, e de smarthome, com 13% e 16% de aumento em comparação com 2019. Segundo a IDC, há outros mercados com oportunidades, como o de comércio eletrônico, jogos, aplicativos de colaboração, nuvem e streaming, além de maior demanda para notebooks, monitores e acessórios para atender às necessidades do home office e da educação a distância.

Alma González, analista sênior de computadores pessoais e tablets da IDC para a América Latina, prevê que, apesar desse cenário, segmentos como o de tablets entre US$ 600 e US$1 mil serão mais demandados em empresas de médio porte - especialmente na área da saúde, serviços e consumo, motivados pelas aulas virtuais.

No caso de computadores pessoais, a projeção atualizada da IDC para este ano é de que cerca de 7 e 8 milhões de unidades serão colocadas no mercado consumidor, das quais aproximadamente 80% serão laptops, com mais oportunidades para modelos ultrafinos e 2 em 1.

No segmento de monitores, Diego Valer, gerente de programas, monitores e mercados emergentes da IDC América Latina, indica que a região é um dos mercados mais estáveis para esse setor. “A queda vem desde 2019 e permanecerá na mesma faixa, com uma redução de 4% no final deste ano”, prevê Valer.

Ricardo Mendoza, analista sênior de dispositivos móveis da IDC América Latina, afirma que o mercado de celular na região já é maduro e que antes da pandemia a tendência era de ligeira queda de 0,2% em relação a 2019, mas com os atrasos nas entregas e falta de componentes os índices de queda devem ser de 10% a 15% no caso de smartphones e de 12% a 17% em feature phones.

Mendoza ressalta que os países mais afetados são: México, devido a atrasos nos embarques no primeiro semestre do ano, e Brasil, devido ao fechamento parcial da produção local e falta de componentes, bem como às medidas adotadas pelos respectivos governos.

Daniel Zegarra, gerente de programa de AR / VR, Smarthome & Wearables da IDC na região, espera que o mercado de wearables mantenha o crescimento, apesar do impacto da Covid-19. No caso de earwear (fones de ouvido inteligentes), que concentra 40% das vendas deste mercado, a IDC projeta um crescimento entre 20% e 26% em unidades, impulsionado pela substituição dos aparelhos auditivos tradicionais.

Os smartwatches, que em 2019 dobraram suas vendas, para este 2020 crescerão apenas entre 1% e 3% em unidades, sendo que o mercado mais afetado será o de pulseiras inteligentes (fitbands), que passará de 122% em 2019 para cerca de 4% a 8% neste ano, diz o analista. 

No segmento de jogos para PC, a IDC estima vendas entre 700 e 900 mil unidades, lideradas pelos mercados do México, Brasil e Peru.

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