Especialista dá dicas práticas de como é possível potencializar a rentabilidade a poucos dias do Natal
Na reta final do período de festas, o varejo se prepara para o período mais crítico e de maior movimento no calendário comercial. De acordo com o relatório Webshoppers, divulgado pela NielsenIQ Ebit, o e-commerce brasileiro aumentou o seu faturamento em mais de 18% no primeiro semestre do ano, ultrapassando a marca de R$ 160 bilhões. Mais vendas significam oportunidades, mas também expõe um desafio crescente: o impacto das taxas de intercâmbio sobre a rentabilidade. Essas tarifas, cobradas pelas administradoras de cartões de crédito e débito a cada transação, variam conforme o tipo de cartão e o segmento, representando um custo estratégico que requer atenção.
O fim do ano é uma corrida para manter margens de lucro saudáveis, mesmo em meio à pressão por descontos e ao aumento nas transações. “Entender e negociar as taxas de intercâmbio pode ser o diferencial entre um resultado positivo e apertado. Analisar cláusulas e negociar taxas mais competitivas para grandes volumes ou transações específicas pode gerar economia significativa”, explica Bruno de Barros, advogado especialista em direito empresarial e sócio da Durães e Barros Advogados.
“Ainda há tempo para ajustar estratégias e minimizar perdas. Pequenas mudanças implementadas agora podem fazer uma diferença significativa no resultado final de 2024”, completa.
Ações práticas para os últimos dias
Com o pouco tempo restante, o foco deve ser em soluções rápidas e efetivas:
1. Incentive pagamentos à vista ou no débito - ofereça descontos ou promoções exclusivas para clientes que optarem por essas formas de pagamento. Essa prática não só atrai consumidores sensíveis a preços como também reduz os custos associados às taxas de cartões.
2. Otimize o mix de produtos - analise rapidamente quais itens possuem maior margem de lucro e promova sua venda de forma mais agressiva. Combos ou pacotes promocionais também podem ajudar a aumentar o ticket médio enquanto diluem os custos fixos.
3. Subadquirentes (ou sub-credenciadoras) - a contratação de subadquirentes pode influenciar positivamente na redução de custos e taxas, pois tendem a oferecer taxas mais competitivas que as adquirentes tradicionais. Além da economia nas taxas, subadquirentes podem oferecer maior simplicidade operacional e soluções de pagamento integradas.
O uso de tecnologias também ganha destaque. Sistemas de gestão permitem acompanhar em tempo real o impacto das taxas, enquanto o incentivo ao pagamento por aproximação, que geralmente tem tarifas mais baixas, pode representar economia adicional.
Com a combinação certa de análise, negociação e inovação, o varejo pode transformar desafios em oportunidades, garantindo que o fim de ano seja lucrativo e sustentável. “A estratégia em torno das taxas de intercâmbio não é apenas uma necessidade financeira, mas uma ferramenta de competitividade. Em um mercado acirrado, cada decisão conta”, finaliza Bruno de Barros.