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GIRO
Lojas
Junho
2013
ocupação tem importante papel para assegurar o
consumo no mercado interno. “As MPEs só têm
a ganhar com os baixos índices de desemprego
e a melhora nos salários. As famílias consomem
mais e impulsionam os pequenos negócios.
Porém, é preciso estar atento ao comportamento
da inflação, fonte de preocupações, que pode
fazer com que o Banco Central eleve a taxa
de juros para reduzir o ritmo da atividade
econômica e conter os preços”, pondera
Caetano.
Além disso, a situação externa continua sendo
fonte de preocupações. “Chipre e as dificuldades
de financiamento do seu sistema bancário, a in-
certeza política na Itália e o baixo crescimento na
Zona do Euro compõem um cenário de turbu-
lência, que pode ser prejudicial ao desempenho
da economia brasileira”, completa Gonçalves.
Esse contexto prejudica as exportações nacionais
e as incertezas restringem o volume de investi-
mentos, com consequências negativas para o
País.
O estudo
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada
mensalmente, com a colaboração da Funda-
ção Seade. São entrevistadas 2.716 MPEs do
Estado de São Paulo, distribuídas em indústria de
transformação (10%), comércio (53%) e serviços
(37%). Nessa pesquisa, as MPEs são definidas
como empresas de comércio e serviços com
até 49 empregados e empresas da indústria de
transformação com até 99 empregados, com
faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões.
Competitividade da indústria
brasileira é afetada pela importação
de produtos irregulares
Guerra dos portos, inflação, alta carga tributária,
economia em marcha lenta, acrescidas de um
real supervalorizado estão pondo em risco a
sobrevivência da indústria nacional, conforme
indica o Centro das Indústrias do Estado de São
Paulo (Ciesp). A concorrência internacional, devi-
do à crise mundial, é outro fator de preocupação
dos empresários. Com dificuldades para vender
nos mercados locais, os fornecedores estrangei-
ros procuram desovar sua produção em países
onde a fiscalização é menos intensa ou menos
rigorosa com os produtos vindos de fora.
“Em vez de incentivar a exportação de matéria-
-prima, o governo federal deveria melhorar as
condições adversas à nossa competitividade e
estimular exportações de manufaturados. Agora
mesmo enfrentamos essa competição desleal
com a importação de produtos que nem sequer
atendem as exigências e os regulamentos técni-
cos do Brasil”, esbraveja Ricardo Martins, diretor
do Ciesp Distrital Leste.
Segundo informações do Ciesp/Fiesp, estima-
-se que, em 2012, o Brasil gastou R$ 4,4 bilhões
em importados que não estão de acordo com
as normas e regulamentos técnicos no mercado
nacional. “Se fossem fabricados pelas nossas
indústrias, teríamos um incremento de R$
15,3 bilhões e um aumento de 180 mil postos
de trabalho industriais. Defendemos que as
mercadorias internacionais sejam rigorosamente
certificadas conforme as normas do Inmetro,
assim como já o fazem os fabricantes brasileiros”,
propõe Martins.
De acordo com o estudo, 85% dos produtos
eletroeletrônicos e 84% dos materiais de usos
doméstico são os que mais infringiram as con-
formidades. Para o diretor do Ciesp, a indústria
nacional tem de arcar com os custos adicionais
de certificação e cumprimento das normas,
enquanto os produtos fabricados lá fora estão
isentos desse trabalho, aumentando ainda mais a
falta de competitividade.  
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