Revista LOJAS Papelaria - Edição 291

37 LOJAS PAPELARIA - MARÇO 2020 Pequenos negócios tiveram mais acesso a crédito e a investimentos em 2019 Levantamento do Sebrae mostra que a inflação baixa e a melhora no acesso ao crédito foram os principais fatores que encorajaram o dono de pequenos negócios a buscarem os bancos Os pequenos negócios registraram, no primeiro semestre de 2019, uma melhora nas condições de acesso a crédito no Brasil, segundo dados do Sistema Financeiro Nacional, analisados pelo Sebrae, Com isso, as micro e pequenas empresas (MPE), Empresas de Pequeno Porte (EPP) e Microempreendedores Individuais (MEI) realizaram, de janeiro a julho do ano passado, um total de 62,3 milhões de operações de crédito, o que representa um crescimento de 1,48% em relação ao mesmo período de 2018. Já no volume de recursos mobilizados em financiamentos, o primeiro semestre de 2019 registrou um aumento de 17,11% em comparação com o primeiro semestre do ano anterior. Segundo o Sistema Financeiro Nacional, os pequenos negócios obtiveram o montante de R$ 121,3 bilhões em crédito no primeiro semestre do ano passado. Do total de operações realizadas para os pequenos negócios, 49,9% foram feitas pelas EPP, 42,9% por ME e 7,2% pelos MEI. Quanto ao volume de recursos financiados, as Empresas de Pequeno Porte absorveram 75,1% do total do crédito disponibilizado para as pequenas empresas, seguidas pelas ME com 20,6% e MEI com 4,3%. Os resultados corroboram a pesquisa sobre condições (oferta, demanda e nível de aprovações) de crédito realizada pelo Banco Central. Todos os indicadores ainda estão em terreno positivo, apontando que o mercado de crédito deve continuar aquecido no primeiro semestre de 2020. As taxas médias de juros das operações de crédito permanece- ram relativamente estáveis no primeiro semestre de 2019, com uma pequena alta sendo registrada para as Microempresas, que passaram a contar com uma taxa média de juros de 50,7% ao ano, enquanto a média em 2018 havia sido de 49,2%. Quan- do comparadas com a taxa média total para pessoa jurídica, o estudo do Sebrae mostra que as condições de juros ofertadas para os pequenos negócios ainda precisam ser aprimoradas. Em 2019, a taxa média total para PJ (todos os portes) atingiu 15,7% ao ano. A justificativa para isso é que as empresas de médio e grande porte absorvem cerca de 80% de todo o crédito concedi- do para Pessoa Jurídica no Sistema Financeiro Nacional, a taxas bem menores. O MEI é o segmento para o qual as taxas são mais elevadas. Isso se dá pelo seu maior nível de risco percebido pelo SFN e pelo baixo volume de recursos operados. Conforme o levantamento do Sebrae, os diferenciais de juros foram aumentando desde 2015 e permanecem em níveis elevados, evidenciando as condições severamente adversas de acesso ao crédito por parte dos pequenos negócios. Além disso, a manutenção das taxas de juros em patamares elevados, contrasta com as expressivas quedas nos níveis de inadim- plência das carteiras de crédito para esse segmento no SFN. Somente as ME mantiveram o nível de inadimplência média relativamente estável desde 2017, enquanto tanto o MEI quanto as EPP tiveram fortes quedas em seus níveis. “A expectativa com essa pesquisa do Banco Central, é de uma melhora ainda maior nas condições da oferta, demanda e aprovações de crédito, mantendo o comportamento já registrado ao longo de todo o ano passado”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Um outro aspecto relevante para o finan- ciamento dos pequenos negócios no Brasil, segundo Melles, com a redução das taxas de juros, controle da inflação e melhora das expectativas quanto ao crescimento econômico, foi a intensificação da entrada no mercado de novos investidores, que estão apostando nas startups, os pequenos negócios de inovação. Em 2018, o Brasil registrou um número recorde de startups elevadas ao status de unicórnios (corporações avaliadas em mais de US$ 1 bilhão), cha- mando a atenção de empresas de capital de risco locais e internacionais que operam no Brasil. “Muitos querem apostar em MPEs voltadas para as finanças, agronegócios, educação e de saúde, além de soluções para governos”, ressalta o presidente do Sebrae. Em 2019, essa tendência se confirmou, com duas novas empresas alcançando o status de unicórnio, enquanto outra se tornou a primeira decacorn brasileira, sendo avaliada em US$ 10 bilhões. “A tendência é que isso melhore ainda mais e é por isso que o Sebrae vem investindo em vários projetos para startups, principalmente na capacitação desses empreende- dores e também na formação de investidores-anjo, capazes não somente de aportar recursos, mas que também apoiem as empresas com suas experiências, pois isso ajudará a ampliar as possibilidades de financiamento para os pequenos negócios e também atrair ainda mais investidores”, diz Carlos Melles”.

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