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Consumo brasileiro deve ultrapassar R$ 1,7 trilhão em 2008

23/07/2008 - 00:07
Perspectiva, associada à segmentação dos dados da classe C, indica mudanças no mix comportamental de consumo do País.

O consumo dos brasileiros chegará a R$ 1,742 trilhão, em termos reais. Os cálculos do Brasil em Foco – IPC Target 2008 mostram ainda que as despesas das famílias crescerão mais que o PIB (6,8% ante os 4,8% previstos para o PIB no período entre 2007/2008), indicando um crescimento populacional da ordem de 1,2%. O estudo foi feito com base em dados secundários atualizados, pesquisados em fontes oficiais de informação, sendo compilado de acordo com metodologia da Target Marketing.

O IPC Target de 2008 apresenta características inovadoras, como a segmentação da classe C (C1 e C2), que certamente exigirá dos setores produtivos e de serviços uma reavaliação no foco comportamental de consumo, como observa o diretor da Target Marketing e responsável pelo estudo, Marcos Pazzini. Para exemplificar os reflexos dessa segmentação no mix do mercado consumidor, ele destaca que os dados da classe C2 (R$ 162,4 bilhões) estarão mais próximos dos parâmetros de consumo das classes D e E, de menor poder aquisitivo, gerando uma movimentação expressiva de R$ 260 bilhões, equivalente a 16% do consumo nacional nas áreas urbanas.

Em contrapartida, o potencial de consumo da classe média apresentará uma dimensão ainda maior. No estudo, a classe B2 (parte da classe média) que desponta como sendo a maior de todas as classes com seus R$ 405,5 bilhões, receberá a parcela da classe C1 (cerca de R$ 286,8 bilhões), elevando o montante da classe média a R$ 692,3 bilhões, o que representa mais de 42% do total previsto para 2008.

Já as classes A1, A2 e B1 (topo da pirâmide social) disputarão idêntico poder de compra com a classe média, ou seja, R$ 692,3 bilhões.

A população atingirá 187,1 milhões de pessoas, dimensão ajustada conforme os resultados da contagem do IBGE de 2007 (amostragem com municípios de até 170 mil habitantes). O número de mulheres é pouco superior ao de homens (51% contra 49%). A população urbana representa 83,4% (em 2007 eram 82,4%), com um consumo per capita anual de R$ 10.550,00.

Neste ano, o consumo rural representará montante equivalente a R$ 96,1 bilhões.

Mobilidade social
Em termos de mobilidade social nas áreas urbanas, verifica-se ainda crescimento na população da classe C, com perda de participação no potencial de consumo quando somadas C1 e C2. Esse aumento quantitativo de pessoas provém normalmente das classes D e E, não representando expansão de renda para consumo. Nas classes A2, B2 e B1, entretanto, observa-se um contingente maior de pessoas, com o incremento no potencial de consumo. O maior crescimento ocorrerá na classe B2, representada por domicílios com rendimento médio de R$ 2.500,00/mês, que contém 19,4% dos domicílios urbanos em 2008 (ante 16,4% em 2007) e será responsável por 24,6% do consumo nacional (ante 20,2% em 2007). “Esta movimentação de domicílios entre as diversas classes econômicas significa oportunidade de mercado para as empresas, através do planejamento adequado de produtos e serviços às demandas desses novos consumidores”, ressalta Pazzini.

Cenários regionais
Além desses destaques, as informações podem ser consultadas por meio de software de geoprocessamento, com acesso direto a cada uma das 5.564 cidades brasileiras e detalhes para distritos em oito capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza e Belém). Tais cidades passam a conhecer a segmentação por ramo de atividade, incluindo quantidade e tipo de empresas, indústrias, serviços (saúde, agências bancárias, educação, etc.), agribusiness, comércio – varejista e atacadista, por exemplo.

Embora a Região Sudeste apresente maior participação, absorvendo 51,8% do consumo nacional (no ano passado foram 53,2%), a Região Nordeste é a que mais cresceu. Além de passar a ser a segunda maior região em consumo do País, com 18,2% (ante os 16,8%), supera a marca da Região Sul, que se manteve estagnada com os 16,8%. No Centro-Oeste o consumo apresenta ligeira elevação: 7,8% contra os 7,6% do ano passado, enquanto na Região Norte a participação caiu para 5,4% ante os 5,6% obtidos no ano anterior.

Maiores despesas
Percentualmente, os itens básicos de maior consumo na renda dos brasileiros estão na manutenção do lar (aluguéis, impostos e taxas, como luz, água, gás, etc.), representando 27,47%; alimentos e bebidas, 19,57%; transporte/veículos, 7,51%; higiene e saúde, 7,33%; vestuário e calçados, 5,25%; a seguir vêm recreação e viagens, 3,71%, móveis e eletrodomésticos, 4,14%, educação, 2,61%, e fumo, 0,71%.

O estudo Brasil em Foco dá uma dimensão da distribuição das atividades setoriais do País, detalhando a quantidade de empresas dos vários segmentos da economia em cada município brasileiro. No âmbito nacional, verificar-se, por exemplo, que do total das empresas ligadas ao comércio, 89% são varejistas, e 11%, atacadistas. O detalhamento por setores de atividades ressalta a distribuição dos vários segmentos, dos serviços de saúde, agências bancárias, educação, administração pública, etc.

O estudo completo Brasil em Foco – IPC Target 2008 pode ser acessado através do portal www.targetmark.com.br.

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