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As tendências do setor de crédito das classes C,D e E

08/05/2009 - 00:05
As tendências do setor de crédito das classes C,D e E Para o consultor Renato Meirelles, sócio-diretor da Avenida Brasil Comunicação, única agência especializada em consumo de baixa renda no país, o crescimento da faixa da população considerada a nova classe média brasileira, pode ajudar o setor de cartões a driblar as possíveis dificuldades do mercado. “Diante da pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas que aponta para a representatividade de 53,8 % da classe média brasileira (considerando famílias com renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591), essa é uma hora importante para se analisar como o consumidor popular se relaciona com os meios de pagamento e como essas empresas pensam seus produtos diante desse tipo de público”, afirma Renato.

De acordo com projeção feita pela Avenida Brasil, 69% dos cartões de crédito estão na mão de pessoas com renda até R$ 1.700. Isso significa que 69% dos plásticos hoje estão inseridos na base da pirâmide. “R$ 111,8 bilhões foram movimentados pela classes C, D e E, através de cartões de crédito em 2008, isso representa 52% do volume total, e nos leva a crer que o crescimento da classe média e a inserção de classes de renda mais baixa nos meios de pagamentos, impulsionará todo o setor nos próximos anos e as empresas devem ficar atentas à forma de consumir desses novos clientes, oferecendo informações para estes consumidores reduzirem o risco de inadimplência”, acrescenta o consultor.

Durante anos, para se comunicar com os clientes das classes econômicas A e B, as instituições de crédito precisavam inflar ‘egos’ e provocar desejos supérfluos em propagandas na TV. Hoje diante da nova configuração da classe C do país, que traz em sua formação indivíduos provenientes das classes D e E que melhoram de renda, o necessário é ser eficiente, oferecer vantagens competitivas e ganhar a confiança de um público que adquire ou compra um serviço com mais consciência que as classes A e B.

Diante da previsão de 6,1 bilhões de transações com cartões no Brasil, para este ano, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, Meirelles, afirma que os meios de pagamentos eletrônicos estão cada vez mais presentes na vida do consumidor da classe média e apresenta aspectos do consumo da população em contraste com a segmentação de renda: “Para o consumidor da classe C, o cartão de crédito é realmente utilizado como instrumento de crédito, enquanto para as classes A e B, o uso do cartão é uma questão de comodidade. “Antes, quem tinha cartão pertencia ao topo da pirâmide, mas atualmente a maioria dos cartões está dentro da classe média e as empresas precisam levar isso cada vez mais em consideração”, acrescenta o especialista.

Além disso, para Meirelles, as empresas de Cartão de Crédito estão descobrindo o poder da aliança com as grandes redes de Varejo, atraídas pelo crescimento da classe C. “A confiança do consumidor no varejista, a relação de fidelidade do cliente com o comércio, suas facilidades em longo prazo para pagamento, por exemplo, estão chamando a atenção das administradoras de cartões. A tendência é vermos aumentar ainda mais a parceria entre o varejo e as instituições bancárias”.

Para finalizar, outro aspecto que o analista ressalta é que muitos consumidores dessa renda estão começando a fazer suas compras pela internet e que essa via de mercado, embora já cresça anualmente, será impulsionada nos próximos anos pela encorpada classe C, isso favorecerá o setor de meios de pagamentos.

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