Faber-Castell

Técnicas para acabar com a dependência química

26/08/2008 - 00:08
De acordo com um estudo médico publicado em 2002, considerar que o problema não é grave o suficiente para merecer tratamento (negação da gravidade) ou que o tratamento não é relevante para promover mudanças de vida estão entre as principais alegações usadas por dependentes químicos para não aderir a um tratamento, tornando a doença uma das mais resistentes do século 21.

A relação entre médico e paciente também é marcada por uma boa dose de medo e desconfiança. Muitos dependentes acreditam que serão maltratados, abandonados ou que o profissional não é qualificado.

Como, então, a psicologia pode ajudar alguém que se afundou nas drogas ou na bebida e não encontra uma saída? “É preciso tratar a família do dependente ao mesmo tempo em que este recebe um tratamento eficaz e condizente com a sua situação; é preciso estar bem orientado para que não aconteça nada que possa piorar ainda mais o quadro clínico do dependente e, não se espantem, isso às vezes acontece por falta de orientação profissional adequada”, explica o médico Wagner Cunha, autor do livro “Dependência Química” (Idéia e Ação, selo da Matrix Editora).

A obra traz elementos inéditos à literatura sobre o tema, como a necessidade de acompanhar toda a família do dependente. É um complemento às terapias já existentes e serve de guia tanto para o psicoterapeuta quanto para os familiares que desejam compreender melhor a forma como o médico lida com o paciente. Wagner acredita que a integridade de caráter do paciente é o que vai definir a sua recuperação. Adverte, ainda, que “parar de usar drogas não significa recuperação, mas abstinência”, da mesma forma que os alcoólatras. Por isso, seu estudo analisa a fundo os valores e a personalidade e sua importância no tratamento, defendendo a necessidade de afeto e auxílio mútuo constantes entre o dependente e os familiares. Essa é a base que possibilitará a realização de metas e evitará uma recaída.

O outro ponto central do livro é o desenvolvimento da confiança entre o dependente e o médico, delineando as diferenças entre técnicas flexíveis e rígidas e, de cabo, destruindo alguns mitos que envolvem as terapias existentes.

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