Faber-Castell

Oto Mask contra a Covid-19: quando a inovação sai de onde menos se espera

24/06/2021 - 14:06

Distanciamento social, higienização e produtos anticovid ajudam a diminuir a preocupação

Uma inovação muitas vezes nasce de setores que não fazem parte de sua referência. Durante a pandemia da Covid-19, algumas empresas descobriram essa possibilidade ao pensar em novos caminhos, seja para tentar reduzir a velocidade de contaminação do vírus ou para tentar enfrentar os tempos difíceis com a queda nas vendas. A fabricante de brinquedos Elka, que tem 65 anos de atividade no Brasil na fabricação de brinquedos para a primeira infância, integrou esse coro.

Segundo Eduardo Kapaz Junior, COO da Elka, a empresa tinha a expertise da produção de itens com termoplástico (TPE), o maquinário e a vontade de ajudar a resolver o problema da falta de máscaras para os consumidores no início da pandemia. A planta produtiva da indústria passou a abrigar um espaço dedicado para a fabricação da Oto Mask, uma máscara de proteção reutilizável, feita com material antimicrobiano com nanotecnologia que é lavável, equipada com filtro descartável e previne contra a contaminação do SARS-CoV-2.

Tecnologia

A nanotecnologia em questão são micropartículas de prata, composto produzido pela Nanox Tecnologia, que são capazes de inativar em mais de 99% a carga viral do novo coronavírus por contato em até 2 minutos, no caso da Oto Mask. Segundo Daniel Minozzi, CMO da Nanox, o processo de inativação do coronavírus, ao ter contato com o TPE se dá a partir da reação das micropartículas de prata ao vírus. "Ele entra em contato com a prata e passa por um processo de oxidação, que ocasiona a quebra de sua membrana e faz sua inativação".

A Oto Mask também chama a atenção por seu design diferenciado, cujo formato é maleável e conta com duas válvulas nas quais os filtros são inseridos, ajudando na filtragem dos microrganismos, incluindo o SARS-CoV-2.

Para garantir uma proteção eficaz, a máscara de proteção da Elka atende as necessidades dos consumidores finais, empresas e profissionais de saúde oferecendo duas categorias de filtros: cirúrgica e PFF2.

Os filtros que integram o grupo cirúrgico são voltados para o uso por consumidores finais. Contam com camada tripla e capacidade de filtragem superior a 95% e tem prazo de validade de 4 horas de uso. Já os filtros da categoria PFF2 tem como foco oferecer uma forte proteção aos profissionais de saúde. Seu índice de filtragem é de 97%, maior do que o exigido pelo Inmetro, que é de 94%, além de estar em conformidade com as análises da RDC 142 do Ministério da Saúde e ABNT NBR 13698 que atestam equipamentos de proteção respiratória. Ele perde a eficácia a partir de 8 horas de uso e é próprio para ambientes hospitalares, onde há a maior circulação do vírus.

Adequação e certificação

A Elka teve que promover algumas mudanças em sua planta industrial para apostar na produção da Oto Mask. De acordo com Eduardo, um terço da área produtiva passou a ser dedicada somente para a produção da máscara, seguindo as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fazer a fabricação do produto com segurança. "Tivemos que isolar a área, desenvolver moldes para os filtros, separar as máquinas de lugar e deixar um ambiente focado somente na Oto Mask", conta.

O projeto da máscara foi para o papel pouco tempo depois do início da pandemia e em 60 dias já estava gerando seus frutos nas máquinas da empresa. "É um projeto que normalmente leva um ano para ser concluído. Investimos em vários testes, análises de conformidades, entre outros e em dois meses nossa primeira máscara já estava sendo produzida", enfatiza Eduardo.

A Elka tem a capacidade de produzir entre 300 mil e 400 mil máscaras de proteção mensalmente, o que deixa a empresa confortável quando acontece o aumento da demanda.

Além de atender às normas técnicas, a Oto Mask tem a chancela de aprovação do Instituto Falcão Bauer de Qualidade (IFBQ), um dos órgãos mais importantes de certificação de produtos e sistemas, que tem grande representatividade na área de saúde.

Perfil e custo/benefício

A Oto Mask tem como um de seus principais diferenciais a possibilidade de ser lavada sem perder a capacidade de proteção contra a Covid-19. Segundo Minozzi, da Nanox, as micropartículas de prata são misturadas com o termoplástico no momento da produção da máscara, o que impede a ineficácia de ação do composto. "Enquanto o produto tiver vida útil, ele estará protegendo contra o coronavírus".

Disponível em diversas cores, as máscaras de proteção da Elka custam entre R$ 14,99 a R$ 39,99, com elástico comum ou de silicone. Segundo Eduardo, elas caíram no gosto de um público final com estilo e personalidade, como cabeleireiros, tatuadores, profissionais de estética, fisioterapeutas, que têm contato direto com as pessoas. "São nichos de público bem fiéis ao nosso produto", enfatiza o CEO.

Indy Kapaz, engenheiro industrial da companhia, coloca no lápis a relação custo benefício da Oto Mask, mostrando que, ao final, há economia na opção pela máscara, além de maior proteção. "O filtro sai R$ 1,50 o par. Uma máscara descartável custa em torno de R$ 3,00. Ambos têm o mesmo prazo de eficácia. Em dois meses já é possível sentir a diferença no bolso".

Futuro

De acordo com Eduardo Kapaz, a máscara é muito bem aceita pelo público final e que responde pelo maior core da compra da Oto Mask. O produto hoje é responsável por 3% a 4% do faturamento da Elka. "Parece ser pouco, mas quando é transformado em valores, o montante é significativo", afirma.

Para os próximos meses, a intenção é intensificar a disseminação do produto no mercado de saúde, incluindo médicos e dentistas, enfatizando a adoção da máscara como um item de uso permanente, não somente em fases de pandemia. "Eu acredito que as pessoas entenderam a importância de usar máscaras e que estaremos sempre suscetíveis a sermos contaminados por microrganismos que ficam cada dia mais fortes e resistentes", conclui.

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